Fotografia Macro

Quem não fica fascinado ao ver uma fotografia de um insecto ampliado e apreciar pormenores indistinguíveis a olho nu?
Não há dúvida que a fotografia macro nos permite descobrir um mundo novo. Neste artigo vamos falar sobre as várias alternativas disponíveis para capturar este tipo de imagens.

Fotografia Macro



O que é a fotografia macro?


Embora este termo seja aplicado de forma geral para qualquer fotografia onde o objecto é retratado de uma forma muito próxima, muitos apenas classificam uma fotografia como macro quando o seu factor de magnificação é igual ou superior a 1:1. Este factor é a relação entre o tamanho, no mundo real, do motivo fotografado e a sua representação no plano do sensor ou filme.

No exemplo abaixo, foi utilizada uma câmara com um sensor APS-C de aproximadamente 2.2cm de comprimento. Como podemos confirmar na fotografia do meio, quando a magnificação é 1:1, a imagem é representada em tamanho real no plano do sensor. Por outras palavras, 2.2cm da régua preenchem completamente o enquadramento da fotografia.

Fotografia Macro 1:2 Fotografia Macro 1:1 Fotografia Macro 2:1
1:2 ou 0.5x 1:1 ou 1x 2:1 ou 2x



Que material necessito?


De forma a conseguirmos magnificações mais elevadas, temos de aproximar mais a objectiva do motivo. O que acontece é que todas as lentes têm uma distância mínima de focagem, a partir da qual não é possível focar.
Para ultrapassar esta "barreira" temos várias alternativas:

  • Objectiva macro dedicada
    Esta é a solução mais simples e versátil mas, também, a mais dispendiosa. As lentes macro dedicadas têm a particularidade de permitir focar muito mais perto que uma objectiva "normal" conseguindo, assim, magnificações de 1:1 ou superiores. Alguns exemplos com excelente qualidade são:
  • Tubos de extensão
    São tubos vazios que são colocados entre a objectiva e o corpo da câmara e diminuem a distância mínima de focagem. A vantagem desta alternativa é poderem ser usados com qualquer objectiva e, uma vez que não contêm elementos de vidro, não degradam a qualidade da imagem.

  • Lente invertida
    Possivelmente a solução mais económica de todas, pois podemos usar uma lente que já tenhamos. Esta técnica consiste em virar a lente ao contrário. Para tal, existem adaptadores que permitem encaixar a lente invertida na câmara. As lentes fixas entre 28mm e 50mm são as mais usadas nesta técnica, sendo a magnificação maior quanto menor a distância focal da lente. É necessário ter em conta que, pelo facto de a lente ser invertida, deixa de ser possível controlar a abertura da mesma através da câmara. Por este motivo, é preferível inverter objectivas de controlo manual.

  • Lentes close-up
    Estas lentes enroscam-se na parte frontal da objectiva e funcionam como uns óculos de ver ao perto, permitindo focar a distâncias menores.

  • Tele-conversores
    São lentes que são colocadas entre a câmara e a objectiva e permitem ampliar a imagem. Se usarmos um tele-conversor de 2x com uma lente de 200mm teremos um efeito parecido ao de usar uma lente de 400mm. Como os tele-conversores mantêm a distância mínima de focagem, na prática estaremos a duplicar a capacidade de magnificação da objectiva.

  • Combinações
    Para obter maiores magnificações, estas técnicas podem ser combinadas e também usadas com tele-conversores. É possível, por exemplo, usar um tele-conversor, seguido de um tubo de extensão e uma lente invertida.


Independentemente da alternativa escolhida, um dos maiores desafios da fotografia macro é conseguir luz suficiente para capturar as imagens. Tal como foi referido anteriormente, a profundidade de campo diminui à medida que nos aproximamos do motivo. Em fotografia macro estas aproximações são extremas e, desta forma, muitas vezes estaremos a lidar com profundidades de campo inferiores a 1mm.
A forma de aumentar a profundidade de campo é diminuir a abertura da lente. Como sabes, quanto menor for a abertura, menos luz passará no mesmo intervalo de tempo e é este o motivo pelo qual precisamos de muita luz para este tipo de fotografia.

Desta forma, para obter fotografias de qualidade, torna-se quase imprescindível o uso de um ou mais flashes com difusores. A boa notícia é que grande parte destes difusores pode ser feito em casa!


Algumas dicas para começar...


  • Persistência. Os primeiros resultados podem ser desanimadores porque muitas imagens vão ficar tremidas ou com o foco no ponto errado. Não desistas! Tenta perceber onde estás a errar e continua a praticar. A fotografia macro não é fácil, mas vale a pena!
  • Se estiveres a fotografar animais, escolhe os olhos como ponto de foco.
  • Qualquer movimento da câmara é ampliado em fotografia macro. Procura não usar velocidades abaixo de 1/200 (principalmente sem flash).
  • Muitas vezes os insectos parecem fugir sempre que nos aproximamos. Experimenta aguardar 5 minutos no mesmo sítio e, por vezes, eles perdem o medo e voltam.
  • Cuidado com o fundo! Com a emoção de estar, finalmente, a conseguir fotografar o insecto que queríamos, frequentemente não prestamos atenção ao fundo e o resultado são fotografias desinteressantes esteticamente. Tenta enquadrar o insecto de forma a que o fundo fique desfocado e verás que o motivo principal irá ganhar muito mais destaque.
  • Experimenta com diferentes aberturas para obteres a profundidade de campo pretendida. Tenta não usar aberturas inferiores a f/14 para não perderes demasiada nitidez devido à difracção da luz.
  • Usa focagem manual. Aproxima-te ou afasta-te do motivo para ajustar o foco com precisão.
  • Respeita sempre os animais.
  • Diverte-te! :)

© Mário Pereira - 2012
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